sexta-feira, agosto 26, 2011

Retiro por tempo indeterminado

Tenho medo de me estar a tornar numa pessoa amarga. Quando olho para o título do blogue e para tudo o que já escrevi chego à conclusão que é bem mais "darkness" que "wonder". E confesso que isto me começa a assustar.
Começo a não ter paciência para determinadas coisas, começo a ver que há sítios onde antes me encaixava e agora já não me encaixo. Começo a sentir-me sozinha mesmo estando rodeada de muita gente, e tenho medo que a minha amargura esteja a "vir ao de cima" e a afastar as pessoas de mim. Talvez não de uma forma física mas de uma forma emocional.
Sinto-me triste, desenquadrada, sem saber muito bem onde me devo encaixar. Penso em tudo o que tentei conquistar e não consegui; antes não me incomodava por aí além mas agora incomoda-me, pesa-me como se trouxesse o Mundo às costas. Sinto-me revoltada por me ver negadas coisas que parecem tão fáceis de obter para outras pessoas, como iniciar a minha própria família ou ter alguém com quem ir de férias ou a um concerto a que me apeteça assistir.
Olho para os filhos dos meus amigos e sinto uma ternura imensa por eles, e ao mesmo tempo uma pena enorme.
Olho para os amigos de longa data que se afastam cada vez mais por vicissitudes da vida e pergunto-me onde anda aquele sentimento de amizade incondicional, aquele "amor sem sexo" que vale tanto nos tempos de liceu. Óbvio que os tempos de liceu já lá vão, e de facto essa cumplicidade é naturalmente transferida para um/a companheiro/a, que passa a ser o nosso amigo incondicional que nos acompanha a todo o lado. Mas e quem não o tem? Continua a procurar os amigos do liceu mas apercebe-se que já não é a mesma coisa.
Sinto-me cheia de mágoas e coisas más que me magoam as entranhas e me fazem ter dificuldade em respirar; dói-me a garganta, parece que tenho uma garra que me aperta, durmo mal e sonho imenso, sonhos assustadores e estranhos e chego à conclusão que algo está errado comigo.
Não queria que este cantinho se transformasse num "muro das lamentações" mas de facto não consigo escrever sobre coisas alegres e felizes. Por isso vou fazer um retiro por tempo indeterminado. Talvez volte ou talvez não. Se não voltar, a todos os que me foram acompanhando nestes relatos, bem hajam.

quinta-feira, julho 07, 2011

Podia ter sido eu a escrever esta frase mas não fui

" Aprendi que grandes amigos podem tornar-se grandes desconhecidos. Que grandes desconhecidos podem tornar-se os nossos melhores amigos. Que nunca terminamos de conhecer uma pessoa. Que o "nunca mais" acontece e que o "para sempre" acaba. Que quem quer pode e consegue. Que o que não arrisca, não perde nada. Que o físico atrai, mas a personalidade apaixona!!! "

Não sei quem escreveu esta frase mas pela parte que me toca, até podia ter sido eu! Já me desiludi com grande amigos, já me surpreendi pela positiva com desconhecidos, já fui surpreendida pela negativa por alguém que julgava conhecer. Já comecei frases por "nunca mais" e acabei por fazer exactamente aquilo que prometi não mais fazer, já vivi alguns "para sempre" que acabaram. Acredito que quem quer pode e consegue, acredito que quem arrisca pode perder muito mas pode ganhar ainda mais. E sem dúvida que já me senti atraída pelo físico e me apaixonei ainda mais pela personalidade. Só assim se justifica as saudades que sinto (senti) de algumas pessoas.

sábado, maio 21, 2011

Copo meio vazio

E pronto, mais um sonho que fica arrumado a um canto. A medicina junta-se ao doutoramento, ao trabalhar na investigação, ao marido e aos filhos, sem falar dos irmãos. Olho para esse canto e dou por mim a pensar: "mas é para isto que estou guardada?"
Analisando a minha vida posso dizer que sonhos concretizados são poucos mas tentativas de os concretizar, muitas! E isso dá-me alguma paz de espírito. Obviamente que realizei alguns sonhos, mas neste momento estou na fase "copo meio vazio", só vejo o que não consegui concretizar.
Neste momento acho que a insatisfação própria do ser humano é uma porcaria, e que ser acomodado é que é fixe, pelo menos uma pessoa não se chateia nem se desilude. Confesso que começo a ficar farta de desilusões, farta de perseguir sonhos e não os conseguir realizar, por isso acho que vou deixar de tentar. Estou cansada. Tenho mesmo que gostar daquilo que tenho em vez de ter aquilo de que gosto, é para isso que estou guardada.
O que vale é que acredito na reencarnação, e sei que na próxima vida vou conseguir estas coisas todas, o que irá fazer de mim alguém muito cansado mas muito feliz. Isto se não reencarnar numa minhoca e passar a vida a escavar túneis na terra molhada.

quinta-feira, abril 28, 2011

Amizade

 Imagem: kimcats
Quando era adolescente dizia muitas vezes, normalmente depois de uma das muitas "discussões" que temos com os nossos amigos na adolescência, "a amizade não se nega a ninguém". Numa época em que os amigos são tudo e os pais apenas "servem" para nos alimentar e dar dinheiro, ai deles que se intrometessem na nossa vida, quando se iniciava uma amizade era para sempre. Quando havia um conflito, a maior parte das vezes por coisas insignificantes agora, mas de importância extrema na altura, ambas as partes queriam ser detentoras da razão e era difícil chegar a um consenso. Passada essa fase, começavam as tentativas de aproximação de forma subtil, ninguém queria dar o braço a torcer, mas a amizade é tão importante na adolescência que rapidamente o orgulho era deixado de lado e tudo voltava a ser como antes. Essa era a grande vantagem das zangas de amigos na adolescência, não se guardava rancor.
Como Aquariana que sou, gosto de ter os meus momentos de solidão, sabem-me bem, mas não consigo estar muito tempo sem ver os amigos. Uma ida ao café, uma noite na discoteca, uma semana na praia, nada disto tem piada sem os amigos. E por isso eu dou tanta importância aos amigos, é preciso tentar sempre não "fechar portas" quando surgem conflitos, agora muito mais difíceis de resolver do que na adolescência. Quando uma amizade vale a pena há que lutar por ela. Mas quando é que sabemos que uma amizade vale a pena? Como separar o trigo do joio, que é como quem diz, saber distinguir o que é amizade do que não é?
Outra coisa que era comum na adolescência era separar muito bem separado os amigos dos namorados, ou se é uma coisa ou se é outra. Agora é claro que a segunda não pode existir sem a primeira, mas a questão era outra: quando o namoro acabava, normalmente acabava a amizade. Melhor dito, quando o namoro começava, estava escrita a sentença de morte da amizade. Com o fim do namoro lá se ia a amizade. Com todas as provocações, falso desprezo e outras "provas de maturidade" tão típicas da adolescência.
Sempre achei mais suportável uma traição de namorado que de amigo, embora não saiba muito bem porquê. Um amigo é alguém nos completa, alguém que não nos pode desiludir, é a nossa alma-gémea, que sabe dizer a palavra certa no momento certo. De um namorado já se pode esperar mais qualquer coisa, a pessoa com quem estamos é a pessoa da nossa vida até aparecer outra; afinal de contas, não conhecemos todas as pessoas do Mundo.
É verdade que, muitas vezes, o fim de um relacionamento amoroso "mina" todas as amizades que surgiram entretanto (inclusive entre o próprio casal), e embora eu o consiga perceber, não acho muita piada. Claro que isso vai muito da forma como ambas as partes se vêm uma à outra, e muitas vezes é a única opção. Se uma das partes continuar a olhar para a outra como "ex-qualquer coisa" é possível que a amizade esmoreça e acabe por desaparecer. Por muito esforço que se faça para apagar a imagem do "ex" e mostrar que vale a pena lutar pela amizade. Porque até pode não resultar como namoro mas pode ser a amizade perfeita. Daquelas em que se sente vontade de estar com a pessoa só pelo prazer de desfrutar da companhia. Mas isso é impossível quando ainda paira no ar a imagem do "ex-qualquer coisa". E também quando se sente que a nossa presença não é desejada; também não será indesejada mas não é imprescindível, é uma espécie de "mal necessário". Acabamos por sentir falta da companhia, das conversas, do à-vontade. Acabamos por sentir que não soubemos separar o trigo do joio. De certa forma, acho que nos sentimos enganados, porque até tentámos preservar a amizade mas sem saber se essa era a vontade da outra parte.
Agora sei que não é verdade que a "amizade não se nega a ninguém"; o que é verdade é que a amizade não se pede, ou se sente ou não se sente. De facto, não vale a pena passar tempo com alguém que não está disposto a passá-lo connosco, mas continuo a achar que pode ter sido tempo gasto, mas nunca terá sido tempo perdido.

quarta-feira, abril 13, 2011

Perseverança: defeito ou qualidade?

Nestes tempos conturbados de crise e FMI e desemprego, começo a questionar-me se ser perseverante é uma qualidade ou um defeito.
Como disse no post anterior, sinto que há algo mais para mim e continuo a lutar e a procurar, embora não saiba muito bem qual é o alvo da minha busca. Sinto-me incompleta e talvez seja por isso que procuro sempre lutar por alguma coisa. É uma forma de me sentir "viva"; o sentimento de expectativa de algo faz-me correr uma espécie de adrenalina nas veias, mas uma adrenalina boa, que não me assusta nem me provoca pânico. É quase uma adrenalina calmante, por mais contraditório que possa parecer; é o sentir que estou a fazer algo por mim, que não me sento à espera que a vida me dê algo, que parto à luta pelas coisas. Sinto uma espécie de orgulho de mim própria.
A 3 dias de iniciar mais uma demanda por um sonho antigo (posso dizer " a iniciar mais uma vez", tendo em conta que é a 4ª vez que tento) começo a pensar se estarei a fazer a coisa certa. Quer dizer, eu sei que é uma coisa que eu quero desde sempre, mas agora eu estou um pouco diferente, já vivi outras coisas; a minha vida agora é muito diferente da vida que eu tinha quando tentei pela última vez entrar em Medicina, estava no 2º ano da Universidade, prestes a passar para o 3º, já lá vão 13 anos. Agora tenho outras responsabilidades, outra idade, mas o gosto e o sonho da Medicina continuam cá. Se calhar com outra calma e sem a urgência dos 20 anos. Mas ainda continuam por cá.
Nesse último ano que tentei entrar no curso de Medicina, e mais uma vez falhei, o meu pai disse-me "deixa lá filha, não está no teu karma". E essa frase tem-me passado pela cabeça muitas vezes nestas últimas semanas. Estarei a forçar uma coisa que não está destinada a ser? Será que deveria parar de lutar? Saber desistir é uma virtude...
Imagino como será se conseguir entrar. O momento em que vou saber o resultado. A minha reacção. A decisão nada fácil que vou ter que tomar, seguir o sonho ou escolher a segurança e o conforto. Claro que digo a toda a gente que tenho tempo para decidir (e tenho), que não vale a pena estar a morrer de véspera como o perú, que posso nem sequer chegar à fase final e posso nem sequer entrar, por isso não vale a pena estar a mortificar-me com decisões que nem sequer sei se vou ter que tomar. Mas minto se disser que não penso nisso de vez em quando, ultimamente cada vez mais. E minto também se não disser que me aquece o coração imaginar que finalmente consigo.
Tenho medo de não conseguir tomar uma decisão. Com a crise que vivemos, com o desemprego a aumentar, com os tempos difíceis que se avizinham, marcados por frases "quem tem emprego que o agarre bem!", tenho medo de não conseguir tomar uma decisão. Tenho medo de largar tudo e depois não ser capaz (porque agora eu tenho 33 anos, 11 passados a trabalhar num hospital e já sei o que me espera) e tenho medo de me acobardar e ficar para sempre a pensar " e se eu tivesse ido?". Sei que não quero ficar a trabalhar para sempre onde trabalho. Sei que quero fazer outras coisas, que a rotina está a matar-me aos poucos, que a desmotivação cresce todas as semanas. Sei que há algo mais para mim, que eu não posso estar guardada para isto, tem que haver mais.
Estas dúvidas que me assaltam fazem-me pensar que afinal, se calhar já não quero assim tanto ir para Medicina. Ou então é o peso das responsabilidades que assumi. E é por isto que não sei se faço bem em tentar uma 4ª vez. Porque estou a ter que lidar com a possibilidade de entrar e ter que tomar a decisão mais difícil da minha vida (até agora).
Sem dúvida que saber desistir é uma virtude. Mas como é que sabemos que chegou a hora de desistir? Começo a ficar confusa e a pensar demais nas coisas, tento racionalizar tudo quando sei perfeitamente que há coisas que não podem ser racionalizadas.
Sei que isto são os nervos que começam a dar sinal, apesar da minha aparente calma e descontracção estou a "fervilhar". Mas independentemente do resultado, sei que tenho que fazer isto. Para exorcizar este fantasma de uma vez por todas. Só espero ter maturidade suficiente para tomar uma decisão. Se a isso me vir obrigada.

segunda-feira, março 28, 2011

Epifania

Ontem tive uma epifania, que é como quem diz, vi a luz. Na minha cabeça soou o jingle publicitário do detergente Skip de há uns valente anos atrás:" Eureka! Achei! Um novo sistema encontrei!" Não que tenha propriamente descoberto a pólvora, mas finalmente consegui interiorizar o tal "comportamento repetitivo" que, segundo uma psicóloga minha amiga, constitui o meu karma. E, estranhamente, apercebi-me disso enquanto tentava encontrar técnicas de relaxamento para combater o medo de voar. Num dos sites que consultei lia-se "Seu medo pode ser resultado do fato de saber que você não está no controle da situação."; e fez-se luz! O meu comportamento repetitivo é baseado em "se queres uma coisa bem feita, fá-la tu". A minha preocupação incessante de lutar por aquilo que quero sem deixar que as coisas amadureçam, tudo leva o seu tempo; a minha inquietude em planear tudo ao pormenor e imaginar diferentes cenários para não ser apanhada de surpresa. Eu não deixo que sejam as outras pessoas a controlar a situação, mesmo que queira e que deva deixar que assim seja. Esse é o meu grande problema. E isso é mau. Muito mau. Porque leva-me a ter que "engolir sapos" porque não quero perder o controlo, tenho que sorrir e dizer que está tudo bem mesmo quando não está. Porque isso leva-me a que eu reprima aquilo que me incomoda, se não o fizer expludo e posso vir a perder a razão, o que leva a uma perda de controlo.  
Não gosto de confrontos directos, nunca gostei, mas sinto falta deles. Tento sempre controlar-me nas palavras, "palavra fora da boca é pedra fora da mão" e eu já levei umas quantas "pedradas verbais" e doeu. Talvez por isso tente escolher muito bem as palavras e o modo como as digo. Mas há situações em que não devia tentar controlar as emoções, pelo menos não totalmente. Se alguma coisa não agradar há que dizê-lo.
Ontem interiorizei que não ganho nada em "engolir sapos" quando a situação não me agrada. Não me vou tornar uma desbocada, há que ter algum tento nas palavras e escolhê-las consoante a situação, mas o controlo fica-se por aí. Se algo não me agrada tenho que dizê-lo; sempre o senti mas não o dizia imediatamente, ficava a remoer, a escolher as palavras "politicamente correctas" e só depois me manifestava. Serviu-me de grande coisa, serviu. Com isso só consegui ganhar "recalcamentos" e ansiedade e noites mal dormidas, com palavras por dizer entaladas na garganta. O que vale é que passa, mas até lá peno um pouco. 
Apercebi-me que é libertador dar uma boa resposta no momento certo, tentando não baixar o nível nem ofender as outras pessoas. Mas "levar desaforo" para casa é que não!
Fiquei contente por finalmente perceber qual é realmente o meu karma: não passa de um comportamento repetitivo de controlo excessivo. É infinitamente mais fácil combater o inimigo quando se sabe quem ele é.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Olhos e terras de cegos

imagem: proverbiospedra.blogspot.com
Numa época em que a banda sonora da minha geração é a música "Parva que sou" dos Deolinda (e independentemente de se gostar ou não da música, do grupo ou do estilo, a letra é a mais pura das verdades), o meu inconformismo vem novamente à tona.
Numa época em que é ver debandar jovens licenciados com grande potencial produtivo, em que há quem "dê o salto" daqui para fora, que o barco está quase a afundar, começo eu a pensar novamente na minha vida.
Numa época em que ter emprego é quase como ter olho em terra de cegos e em que ter uma casa é um luxo inalcançável para os jovens que iniciam agora a sua vida profissional, dou por mim a olhar para aquilo que tenho e a pensar "gosto daquilo que tenho mas não tenho aquilo que gostava de ter". O que é um problema grave, pois eu não sei muito bem o que quero. Sei que aquilo que tenho não é aquilo que quero. Não quero mais nem menos, quero diferente.
Vejo povos revoltados com os seus governos, vejo regimes totalitários caírem, vejo o mundo a mudar e tenho vontade de mudar também. Vontade essa que nunca me abandonou, apenas adormece de tempos a tempos. Vontade de fazer outras coisas, de ver outros sítios, outras gentes. Não apenas de passagem, mas viver esses sítios e essas pessoas por uns tempos. Talvez não para sempre, mas durante uns tempos.
Penso muito nisso, esse pensamento tem-me assaltado a mente, tanto que me faz acordar às 6h da manhã e não mais me deixa dormir, às voltas na minha cabeça. Porque quero muito mudar. Mas tenho medo... Claro que tenho medo, pois se tenho um olho em terra de cegos, como é que abdico desse "olho" em troca do incerto? Como é que numa época em que se vive de subsídios (quem os consegue), em que quem estudou durante anos acaba a trabalhar numa caixa de um hipermercado (quando consegue), em que quem quer o seu cantinho, o seu espaço tem que se sujeitar a juros elevadíssimos ou a arrendar um apartamento muitas vezes a cair de velho (quando os há), eu posso dizer que o meu "olho" não me basta?
Eu tento convencer-me que sou privilegiada, que tenho casa, saúde, emprego, nada me falta, tenho uma vida boa, e sei que tenho; mas quem é que cala esta voz de inconformismo dentro de mim? Quem é que sossega esta vontade de viver outras realidades, de seguir outros caminhos?  Eu não quero mais e mais e mais, não almejo ser milionária, nem ter uma casa com piscina. Não quero ter mais do que tenho, queria era ter algo diferente. E queria não ter medo.
Tenho tentado, sempre que aparece algo que me parece que eu gostasse de fazer, lá estou eu a tentar, a dizer timidamente "eu gostava de tentar"; mas quem depois me chama, com o meu currículo à frente, olha para mim como se eu fosse uma tolinha incapaz de dar valor à benesse que a vida me deu. E pergunta o que faço eu ali.
Isto desmoraliza uma pessoa, embora não me faça desistir. E eu continuo a tentar mudar e apanhar alguma coisa diferente, ao mesmo tempo que continuo a tentar convencer-me que tenho a vida ideal. Que tenho coisas que pessoas mais novas que eu se calhar nunca ou dificilmente irão ter, como casa própria e um emprego dito "estável". Mas não consigo calar a voz que, lá bem do fundo, me sussura que há algo mais para mim lá fora, fora desta terra de cegos onde eu, por ter olho, sou rei,

segunda-feira, fevereiro 14, 2011


Happy Valentine's Day. Not.