segunda-feira, março 30, 2009

Bem hajam!!


Eh pá, vi agora que o meu modesto cantinho nesta imensa rede que é a Internet já teve 2000 visitas! Claro que comparado com outros blogues, isto não é nada, mas tendo em conta que sou apenas uma ilustre anónima, estou muuuito feliz!
Bem hajam a todos os que perderam um pouco do seu precioso tempo para passarem por aqui e lerem um pouco daquilo que me vai na alma. Bem hajam pelos comentários e pelas palavras de incentivo. Afinal, são os leitores que dão sentido aos blogues. Bem hajam e voltem sempre!

domingo, março 15, 2009

"Deus te dê em dobro"... o quê?


Hoje fui "agraciada" com a tão popular expressão "Deus te dê em dobro". Ora esta singular expressão é utilizada quando se quer agradecer qualquer coisa, seja a paciência com que se ouve uma pessoa que precisa de desabafar, a compaixão com que se comparte o sofrimento de alguém ou a caridade de dar ajuda a quem mais precisa.
Quando desliguei o telefone fiquei a pensar "O dobro de quê?". Porque normalmente costuma-se dizer "Deus te dê o dobro daquilo que me desejas", o que acaba por ser um pau de dois bicos (é tipo aquela praga "havia de te dar uma dor tão grande que só te desse para correr; quanto mais corresses, mais te doesse, se parasses, rebentasses"); se uma pessoa gosta da outra e até lhe deseja o bem, então Deus irá retribuir com o dobro do bem. Se por acaso é mais uma questão de ódio figadal, então aí a retribuição será em dobro do mal, e aí a coisa fica mais complicada. É, pois, uma expressão com um duplo significado mas que acaba sempre por cair bem, seja por sinceridade, seja por cinismo.
Já a expressão "Deus te dê em dobro" é um pouco dúbia. Deus me dê em dobro o bem que fiz ou o mal que, de alguma forma, ajudei a aliviar? Deus me dê em dobro a paciência que às vezes vou buscar não sei bem onde ou as chatices que às vezes tenho que aturar?
Eu quero acreditar que será sempre "em dobro" o bem que fiz mas olhando um pouco à minha volta, parece-me que não será bem bem isso que quer dizer; porque, e recorrendo à minha frase favorita de Camões que eu nunca me cansarei de utilizar, "os bons vi sempre passar/na vida grandes tormentos/enquanto os maus vi sempre nadar/ em mares de contentamentos", o que eu vejo à minho volta é mesmo isso. Já não se recompensa o bem, acho que o altruísmo apenas traz satisfação pessoal (o que por si só já é um bem, claro!) e não graças divinas que às vezes nos faziam muito jeito que nos fossem concedidas.
Depois penso que até há imensas graças divinas a virem na minha direcção, tipo os tiros das naves espaciais do saudoso jogo dos anos 80 "Space Invaders", mas está a tal história mal resolvida do karma que eu falei num post anterior.
De qualquer maneira, vou tentar esquivar-me ao karma (se tal for possível; pela definição penso que não mas tento na mesma, que se lixe) e ver se alguma das graças divinas com que tantas vezes sou agraciada me acerta e me faz explodir de felicidade. Que Deus me dê em dobro qualquer coisa boa.
(desculpem se este post parece uma revisão linguística, literária e filosófica, mas hoje acordei com os pés de fora e por isso estou rabugenta :p)

domingo, março 01, 2009

O que não é natural...


Dizia o velho e saudoso anúncio do restaurador Olex, "Preto de cabeleira loira e branco de carapinha não é natural". E eu acrescento "O que também não é natural é alheira vegetariana". Sim, porque uma alheira que se preze tem que ter carnunça, geralmente franguinho. Ora ontem resolvi ser uma "ganda maluca" e experimentar uma alheira vegetariana, ou seja, sem carne. Geralmente não gosto muito dessas experiências culinárias; para mim nada de feijoada de chocos (feijoada tem que ter carne), embora aprecie bastante uma boa lasanha vegetariana (é o meu cartão de visita culinário). Como estava a dizer, resolvi viver a vida no limite e comi uma alheira vegetariana; era fabricada em Mirandela, por isso era uma verdadeira alheira, mas em vez de frango tinha azeitonas e pimentos. O sabor era o mesmo, assim como o cheiro. Com um ovo estrelado e umas batatinhas fritas até era capaz de passar por uma verdadeira alheira de Mirandela com carne. O pior foi depois do almoço; parece-me que afinal a alheira vegetariana, apesar de ser mirandesa, não é bem igual à alheira não-vegetariana, e o meu estômago acusou logo o toque. Parece que as minhas entranhas se revoltaram contra o facto de eu estar a comer alheira e enquanto elas esperavam pela carninha, eu presenteava-as com umas belas azeitonas e pimentos. Parece mesmo que o meu cárdia pensou "Ai queres enganar-nos, hein? Há alheira mas não há carninha, é? Então espera aí que eu já te digo.". Rápida comunicação com o intestino e já se sabe: foi a revolta total das entranhas!
Felizmente foi episódio curto, mas obrigou-me a andar a sumo, chá e água a noite toda, bebidas que devo dizer que deviam estar "minadas" porque passei a noite a rir e a dizer disparates. Será que é moca natural? Ou será que as minhas entranhas revoltadas produziram alguma espécie de substância "endorfínica" como comemoração da sua vitória? Hum... O certo é que uma alheira que se preze tem que ter carne, e acho que não irei voltar a comer alheira vegetariana tão cedo. Por afinal não é natural... apesar de ser muito boa!