quinta-feira, dezembro 30, 2010

Retrospectivamente...

Olho para a coluna do lado esquerdo do blogue e apercebo-me que em 2010 escrevi menos de um terço dos posts de 2009. Claramente 2010 foi um ano pior em termos de escrita. Motivo? Passam-me vários pela cabeça mas não sei qual será o principal: preguiça, falta de inspiração, muito para dizer mas falta de organização de ideias. Não sei. O que sei é que escrevi muito menos que o ano passado. 2009 está em vantagem nesse campo.
Olho para trás, para 2010. Foi pior que 2009? Não posso dizer que tenha sido. Foi diferente, isso sem dúvida. Arranjei um cantinho para mim e habituei-me a estar sozinha; é preciso fazer esse exercício, nunca se sabe o que a vida nos reserva. Pelo sim pelo não há que estar preparado.
Trabalho? Tudo na mesma. Alguns projectos, que espero que dêem frutos em breve, mas "a bem dizer", tudo na mesma, como a lesma. Olhando para 2009, claramente um empate.
Amor? Como disse acima, há que aprender a estar sozinha. Não penso nisso. Não posso pensar nisso. Não quero pensar nisso. Consome-me e eu ainda sou muito nova para me consumir. (estranha contra-posição de ideias...) Neste campo, 2009 leva a melhor. Por uma unha negra, mas leva.
Viagens? Aqui sim, 2010 claramente em vantagem! Visitei Viena, uma cidade maravilhosa que adorei e que espero visitar novamente, desta vez com mais tempo. Regressei a Chamrousse, após 21 anos. Foi uma experiência memorável, há que dizê-lo, mas sem qualquer arrependimento. 2010 ganha em milhas aéreas. 
Festas? Claramente menos que em 2009. Os álbuns de fotografias com o sufixo "2010" são menos que com o sufixo "2009", talvez na mesma proporção que os posts neste blogue. Mas como se costuma dizer, "poucas mas boas".
Assim, feitas as contas temos: 2009 - 4; 2010 - 4. Resumindo, no geral 2010 não foi nem melhor nem pior que 2009.
Agora vem aí outro ano, e a "responsabilidade" de fazer dele um ano melhor que o anterior. Mas eu nem quero pensar nisso. Sinceramente, é mais do mesmo. Fazem-se milhentas listas de decisões e resoluções de Ano Novo: "vou deixar de fumar"; "vou fazer uma dieta a sério e perder aqueles 5 quilos que tenho a mais"; "vou ser mais empenhado no meu trabalho"; " vou ser uma pessoa melhor". Como dizem os ingleses, bullshit
A vida traz-nos surpresas, nem sempre agradáveis, que nós temos que "encaixar" na nossa vida. As melhores coisas acontecem sem que nós estejamos à espera, independentemente das resoluções que tomámos na "noite mágica" de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro. Talvez nos sintamos mais poderosos nessa noite, talvez pensemos que conseguimos dar a volta à nossa vida, talvez sejamos inundados de uma esperança avassaladora que nos faz sentir que dias melhores virão. 
Para mim, 2010 começou muito bem mas não foi um ano especialmente bom. Como vai terminar assim a modos que "periclitante" e, consequentemente, 2011 vai começar da mesma maneira (culpa do Barouk e das "maléficas" irmãs canadianas), tenho uma pequena esperança que este possa realmente ser um bom ano. Não que seja a noite de Passagem de Ano que vai ditar o rumo de 2011 mas vamos acreditar que possa influenciar. No meu caso, e retrospectivamente, em razão proporcionalmente inversa.
De qualquer maneira, que a esperança do Ano Novo nos inunde a todos e que 2011 seja (pelo menos) um pouco melhor que 2010.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Agora que tenho tempo livre (demais, diga-se de passagem) podia escrever mais. De facto já tentei iniciar três textos mas depois aquilo não me soa bem e amachuco a folha de papel, que é como quem diz, apago o rascunho.
A inércia é uma chatice porque traz mais inércia, e quanto menos faço menos me apetece fazer, embora eu deteste estar sem fazer nada. Isto é um pouco contraditório mas tendo em conta que já não saio de casa há quase uma semana, não apanho ar puro nem sol nem chuva, é normal que o meu raciocínio se encontre um pouco toldado.
Neste momento o meu pé esquerdo é o centro do meu mundo, e isso é triste. Tudo o que faço (ou melhor, que não faço) é em função do meu pé: levanto-me às 9h30m para tomar o antibiótico, porquê? Por causa do pé. Alguém me vem visitar, porquê? Por causa do pé. Apetecem-me pratos de que eu já não me lembrava, porquê? Por causa da "depressão" que o meu pé me inflige por não poder sair de casa. O meu pé é o meu mundo. Felizmente espero que não seja por muito tempo, tanto que o outro pé está a ficar ciumento e sobrecarregado; tem-me doído mais do que o habitual e tem razão, afinal está privado de sair e não tem culpa nenhuma. Também a vez dele chegará, temos que ser uns para os outros, e ele lá se vai aguentando.
Como estou fechada em casa não vivencio nenhum situação que mereça algum tipo de comentário ou reparo; o contacto com o mundo faço-o através de televisão, da net e de alguns amigos que vão aparecendo ou telefonando. No entanto, apetece-me escrever. Mas sem assunto é difícil. E com sono pior ainda. Vou dormir. Talvez amanhã corra melhor.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

De pé ao peito

E pronto, lá fui à faca. Não foi o drama que eu pensava que poderia ser, foi tudo muito calmo e controlado, o bloco operatório é apenas uma sala cheia de máquinas com um candeeiro que faz lembrar as colmeias.
Não gostei da anestesia geral, deu-me uma "moca" brutal que demorou horas a passar; pelos vistos a anestesia tem uma componente analgésica da famílias dos opiáceos e por isso estive quase 7 horas sem conseguir dizer nada de jeito, a saltitar entre o estado de vigília e um sono falso e desagradável. Se é isto a "moca" de heroína eu nunca me viciarei numa coisa dessas!
Agora passo os dias a saltar da cama para o sofá, do sofá para a cama, vejo televisão o dia todo (dou graças pela TV Cabo, havia de ser bonito gramar com as "Tardes da Júlia" o mês todo...) e dou uns passeios pela casa com as minhas novas amigas canadianas, a Sheila e a Nancy. São umas queridas, fazem-me companhia e apoiam-me imenso mas são pouco faladoras e também não comem nada de jeito. Feitios...