sexta-feira, agosto 14, 2009

Aaatchiim! (óinc)


Agora que entramos em contagem decrescente para o fim do verão (e ainda agora chegou o verdadeiro verão…) e a euforia das férias começa a dissipar-se, as pessoas começam a “cair na real” e a aperceber-se do caos que se aproxima: a época da gripe.
Portugal é um país de “épocas”: é a época dos incêndios, é a época da caça, é a época da gripe. Qualquer dia fazem-se cerimónias da abertura da época dos incêndios e da gripe, penso que em relação à caça haverá um qualquer ritual que marca o início da, claro está, época da caça.
Apesar de estar atenta a toda esta problemática da gripe A H1N1 (anteriormente conhecida como “gripe suína” e que por isso levou à chacina de milhares de animais sem que os desgraçados tivessem alguma coisa a ver com a transmissão da doença. Agora que penso nisso, realmente as pessoas sem hábitos de higiene são, em teoria, as que mais probabilidades têm de contrair a doença, uma vez que a lavagem frequente das mãos parece ser uma forma de evitar o contágio; às tantas o nome não seria assim tão despropositado…), nunca pensei muito a sério nisto e não alterei hábitos de vida como ir ao cinema, ir jantar fora, ir a um bar. Só alterei o modo de espirrar, o meu braço é agora o feliz contemplado que recebe as ditas “gotículas” que podem transmitir o vírus; de resto, tenho feito a minha vida normal, até fui de férias para o Algarve (embora aí confesso que me fazia uma certa “comichão” ir para dentro de certos bares quando estavam à pinha; fui, mas fiquei sempre perto da porta onde a renovação do ar é garantida, nunca fiando…) e andei na Expofacic sem máscara nem receio.
Mas agora, que as férias ditas “grandes” já passaram, e com o aumento exponencial de emigrantes que regressam à terrinha para ver a família, tenho dado comigo a olhar em redor, com alguma desconfiança, quando vou almoçar ao shopping, a ver se alguém tem ar de doente, ou se espirra para o braço, ou se se assoa e deita o lenço de papel fora.
Talvez pelo facto de a gripe começar a rondar aqui a zona (até já se mandam SMS a avisar “a gripe A anda na Covilhã, na freguesia de Santo António!”; deve ser um serviço novo de um qualquer operador móvel, o GripeMóvel ou AlertaGripe...) começo a ficar um pouco mais preocupada; preocupada não, apreensiva. E isto pega-se tanto ou mais que a própria gripe. Ontem o meu pai já falava em “plano de contingência cá para casa”; ofereci a minha casa como “quarto de isolamento” mas o meu pai respondeu “não é preciso, vamos ver é se não a apanhamos todos ao mesmo tempo”. E aí dei-me conta, aqui o “se” não tem qualquer valor, é mais “quando”. Porque isto vai ser apenas uma questão de tempo. “Quando a apanharmos, que não seja todos ao mesmo tempo”; sim, porque alguém tem que ir fazer as compras.
Dei comigo a pensar que se calhar o meu colega, que se orgulha de ter uma provisão gigantesca de enlatados e fraldas e Bruffen 600 (hum…) em casa, não é assim tão alarmista. Se calhar a probabilidade de nós a apanharmos, uma vez que trabalhamos num hospital, é grandita...
Penso na desgraçada da rapariga que está internada no hospital de S. João e penso que podia ser eu a estar ali (cruzes-canhoto, lagarto-lagarto-lagarto, Diabo-seja-cego-surdo-e-mudo); bem, talvez não, que eu havia de arranjar quem me passasse uma receita de Tamiflu, se visse que não me faziam nada na Urgência.
A gripe A em Portugal, em estilo já quase pandémico é uma realidade, e agora temos que aprender a lidar com isso. Só espero que, se me tocar a mim, S. Tamiflu venha em meu auxílio e que eu possa pertencer ao grupo de “doentes que seguiram com as suas vidas normais, completamente curados”.

domingo, agosto 09, 2009

A banda sonora das férias

Há uma semana que acabaram as férias. Ainda estou deprimida, a praia faz-me muita falta, cada vez mais. Sinto-me "enterrada viva" nesta Beira desolada e despovoada.
As férias não serviram muito para parar, ainda terei que ir a um segundo "round", mas foram boas; foi bom abrir a janela e ver o mar durante 12 dias seguidos, foi bom ver gente e movimento, foi bom ouvir música e dançar.
Para mim, esta é a banda sonora das minhas férias deste ano. Sempre que a ouço lembro-me da praia da Rocha e quase que consigo sentir o cheiro do mar. :)