sexta-feira, junho 17, 2005

Vendedores de amigos?!


"Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!"

"O Principezinho", Antoine de Saint-Exupéry

Interessante, este conceito de "vendedores de amigos"... Uma pessoa ia a uma loja, via um potencial amigo e levava-o à experiência durante um certo tempo; se servisse, óptimo, tínhamos arranjado um amigo. Se não, devolvia-se e levava-se outro.
Às vezes parece-me que a realidade não é assim tão diferente disto. A diferença é que quando levamos um amigo connosco, não é à experiência, é com a esperança que seja para a vida. E quando nos desiludimos não basta ir devolvê-lo à loja, é preciso exorcisá-lo do coração. E isso é o mais difícil.
Começo a pensar que realmente mais vale não nos prendermos a nada, há sempre um risco inerente de desilusão, risco que às vezes é ínfimo, mas que está lá. É muito triste estarmos rodeados de pessoas e sentirmo-nos sós...