sábado, setembro 16, 2006

Mééé mééé, os Chocalhos estão de volta!


Ah pois é, mais uma vez a chocalhada está nas ruas. É o evento mais esperado do ano, juntamente com o Imago e as férias do Natal. Encontra-se toda a gente (mesmo aquela que não queremos encontrar), bebe-se ginja, come-se a primeira filhó do ano, pelo menos é o meu ritual!
É bom andar por aquelas ruas cheias de gente bem disposta, quer seja por feitio ou por acção da ginja e/ou outros adjuvantes do bom humor; ver aquelas casas reconstruídas mas ainda com a alma das gentes da Beira, uma cara nova mas um coração "velho", ainda com a traça e as memórias originais.
Transformam-se garagens e lojas em pequenas tascas onde se vende de tudo, desde argolas e ginja a bordados e fios e brincos e t-shirts. Mas acima de tudo, sente-se nas ruas a boa disposição, a alegria, quem sabe o orgulho de ser beirão.
É o terceiro ano que vou aos Chocalhos, e manda a tradição que no Sábado haja lá jantarada, com a morcela e a chouriça e a entremeada grelhadas. Hum, adivinha-se noite looooonga...

segunda-feira, setembro 11, 2006

Remember, remember, the 11th of September...


Faz hoje 5 anos que ocorreram os atentados ao WTC.
Neste dia é quase impossível não deixar aqui uma pequena homenagem a todos aqueles que estavam no local errado à hora errada. Que sorte ser portuguesa e estar a trabalhar em Portugal nesse dia fatídico, há 5 anos atrás.
Ontem a televisão pública "bombardeou-nos" com documentários sobre os atentados, testemunhos de sobreviventes, teorias da conspiração. Para mim, foram 2 horas "non-stop" que me horrorizaram e me fizeram pensar (mais uma vez) que realmente não fui feita para viver neste mundo...
No primeiro documentário ouviam-se testemunhos de pessoas que estavam nas Torres naquele dia, pessoas que conseguiram fugir dos atentados mas que não conseguiram fugir dos fantasmas. Impressionou-me. Uma sobrevivente contava que lavou as calças que usava nesse dia durante anos porque sentia que isso a ajudava a livrar-se do mal, dos fantasmas, dos traumas. São artefactos que os ajudam a manter a sanidade. Mais uma vez passaram as imagens de pessoas desesperadas, que ao verem-se sem saída, atiraram-se das janelas, escolhendo uma morte certa em vez de uma morte certa. Imagino o desespero daquelas pessoas; ter que escolher entre morrer asfixiado ou queimado, ou morrer esborrachado no chão. Qual delas a melhor?
O segundo documentário era uma reconstituição do que se terá passado a bordo do vôo 11 da American Airlines, o primeiro a embater nas Torres. Foi atrofiante! Senti o meu coração bater mais forte; eu já gosto pouco de andar de avião, imaginar-me dentro daquele avião só aumentou a minha fobia. O desespero das hospedeiras, que apesar do medo que sentiam ainda conseguiram acalmar os passageiros. O avião abanava por todo o lado, ao ser pilotados por 5 fanáticos de uma seita dos Islão, os Salafitas, que podiam perceber de sequestros mas não sabiam nada sobre como pilotar um avião. Ouvir as chamadas originais das hospedeiras, a voz de pânico com a certeza que iam morrer foi horrível!
O terceiro documentário falava da teoria da conspiração que se gerou em torno dos atentados. A ausência de destroços do avião que embateu no Pentágono. A catadupa de viagens de políticos dos EUA que estavam marcadas para 11 de Setembro de 2001 e que foram canceladas. Os avisos que um mayor de uma cidade qualquer recebeu para não viajar nesse dia. As observações de que a queda das Torres parecia uma implosão controlada. Isto ainda é mais horrível. Pensar que havia pessoas que podiam estar avisadas e que nada fizeram. Para quê? Com que intuito? Para favorecer quem?
Não sei se acredito nessas teorias da conspiração, apenas acredito que não há coincidências.
E quando penso no 11/09 vêm-me à memória as imagens daqueles desgraçados que caíam ao longo das Torres, esbracejando, como se isso os impedisse de se esborracharem no chão. As imagens dos bombeiros que perderam a própria vida a tentar salvar outras vidas. Isso é que é altruísmo.