domingo, setembro 27, 2009

A "provavelmente melhor noite do ano"!


Este post poderia ter o título alternativo "A todos os que marca(ra)m a minha vida" mas seria um título muito melodramático e piroso, embora o facto de não ser esse o título não impeça que o próprio post seja melodramático.
Não, não é uma despedida das lides bloggistas; eu gosto de escrever, sempre gostei, e de facto alivia a alma. Às vezes a fluidez na escrita é muito maior que a fluidez na fala; talvez seja um "aliviar de alma" cobarde mas serve.
É Domingo, mais um Domingo depois de um fim de semana cheio, e mais uma vez a sensação de vazio apodera-se de mim. É o ver partir os amigos, aqueles que marcaram e que fazem parte da minha vida, e sentir um aperto no estômago. Mas já me vou habituando, a vida é feita disto mesmo, de partidas e regressos; e enquanto existirem regressos estamos nós bem.
Fui à praia (mais uma vez), senti a areia nos pés, a àgua salgada a bater nos tornozelos e o sol a queimar na pele. A última vez este ano. E talvez por isso tenha sentido isso tudo de uma maneira diferente.
A noite foi mais uma vez animada, as pessoas fazem a festa quando estamos com quem nos sentimos bem. Foi uma noite completamente improvável, como diria uma amiga minha, "uma noite completamente sinceramente!"; acabámos a noite (ou começámos o dia?) numa pastelaria chamada "Flor de Cantanhede" (porque será que em todas a terras há uma pastelaria/padaria chamada "Flor do/a/e (nome da terra)"?) a comer sandes de fiambre em pão quentinho acabadinho de sair do forno, acompanhados com o motivo da nossa deslocação a Cantanhede: nada mais nada menos que o próprio Fernando Alvim!!
Acho que são estes momentos que nos marcam, este partilhar de experiências, o rir e chorar juntos. Olhei para as pessoas que estavam na mesa, algumas já as conheço há mais de uma década, outras conheço-as há menos tempo mas já fazem parte do grupo de "pessoas que marcaram a minha vida", e senti-me bem. Senti-me unida a elas, cúmplice naquele momento que partilhávamos, já ao raiar do dia.
Realmente não são só os momentos que nos marcam, as próprias pessoas também o fazem, muitas vezes sem o saberem. Quantas vezes não teremos nós marcado a vida de alguém sem sabermos, quantas vezes não teremos sido motivo de alegria ou de tristeza (faz parte da vida...), quantas vezes não teremos sido o último pensamento de alguém antes de adormecer ou o primeiro ao acordar. Muitas vezes não temos noção do impacto que temos na vida das outras pessoas, a importância que elas nos dão, a importância que elas próprias têm para nós. Se tivéssemos essa noção, talvez déssemos mais importância a nós próprios e talvez fizéssemos mais para sermos merecedores dessa importância.
Não é fácil exteriorizar sentimentos, ao expormos assim o nosso interior sentimo-nos mais fragilizados e com maior tendência para ferir quem se atrever a espreitar.No entanto, acho que não há que ter medo dessa exposição, pois não é vergonha nenhuma mostrar preocupação e carinho por alguém. Nós somos animais sociais, temos que ter contacto humano; é claro que muitas vezes esse contacto magoa, mas não podemos ter medo dele, nem todo o contacto termina em ferida.
Muitas vezes não é fácil lidar com essa importância que os outros nos dão, temos alguma tendência para "não ligar nenhuma" e deixar andar, "logo lhe passa". Erro crasso. Nunca devemos deixar ao "Deus dará" um sentimento como esse, se alguém nos dá importância devemos pelo menos ser merecedores dela; isso não significa que retribuamos, mas que ao menos não a ignoremos.
Dei conta disto este fim de semana; tenho uma certa tendência para não mostrar o que sinto e sempre pensei que "era problema meu", que ninguém se ia importar. Mas não; as pessoas importam-se, as pessoas vêem para além da pele, espreitam para o nosso interior; pelo menos aquelas que marcam a nossa vida todos os dias. Este fim de semana aprendi também que é preciso não ter medo de falar com essas pessoas, que mesmo que aquilo que tenhamos para dizer até as possa magoar vamos sempre ter importância para elas. É por tudo isso que elas nos marcam. Todos os dias. Toda a vida.

P.S. - Talvez este texto esteja um pouco confuso, mas tendo em conta as singelas 4 horas de sono que tenho em cima, é fácil perceber que fluidez é coisa que neste momento não existe nas minhas circunvalações cerebrais. Mas (acho que) o contéudo está lá.

1 comentário:

AIFOS disse...

:))))))))))))
Gostei...Tás numa outra fase da tua vida Dé....e melhor :)))))))))))
Sinto-me bem fazer parte dessas pessoas que fazem parte da tua vida...
É tudo o que tenho para dizer!!!
Adoro.te!