terça-feira, fevereiro 10, 2009

É mais do mesmo... que miséria!

Bem gostava de escrever algo mais alegre mas realmente a coisa está preta. E agora já nem posso culpar a chuva pela minha "depressão", uma vez que S. Pedro finalmente ouviu as preces de muitos crentes aqui em baixo e fechou a torneira. Parece que a "culpa" desta "depressão" está mesmo algures entre a minha cabeça e os meus pés...
Neste momento, sinto-me cansada. Não cansada fisicamente, mas um cansaço psicológico, se é que isso existe. Estou farta de ver injustiças, farta de ver singrar quem não merece, farta de tentar mostrar o que valho e ninguém ver. Por isso começo a questionar: "será que valho mesmo aquilo que penso?". Pergunta estúpida, absurda mesmo, acho que ainda sei avaliar as minhas qualidades. Mas olho à volta, e a dúvida assalta-me: "se calhar há aqui qualquer coisa que me escapa...".
Sempre fui lutadora, sempre tentei lutar por aqui que queria, às vezes até à exaustão, às vezes mesmo quando já não havia mais por que lutar. Mas agora estou cansada. Já não me apetece lutar. Apetece-me deixar-me ir à deriva dos acontecimentos, tipo folha de árvore que caiu num rio de águas tumultuosas e que espera para ver onde a corrente a vai levar. Vejo tantas pessoas a quem as coisas caem na sopa, assim sem mais nem menos, e penso: "porque é que, por uma vez na vida, não pode cair-me uma coisa fixe na sopa, tipo um fio de natas, em vez de caírem moscas atrás de moscas?". Uma coisa. Não peço mais. Depois de tantas lutas perdidas, de tanta energia desperdiçada com batalhas vãs, só peço uma coisa fixe a cair-me na sopa; pode ser um fio de natas, um punhado de "croutons" (sabem, aqueles pedacinhos de pão frito que se põem nas sopas passadas) ou até um ovinho batido (como na sopa de tomate).
Sei que as coisas têm mais valor e outro sabor (rima inesperada) quando são obtidas com esforço, mas um presente da vida de vez em quando até que sabia bem. Tenho muitas coisas boas, e lutei por todas elas, e tenho orgulho disso. Mas parece que há coisas que têm que ser oferecidas pela vida, e parece que há pessoas que têm um íman para atraírem essas coisas. Eu acho que não tenho esse íman... Até podia ser o meu presente da vida, um íman para atrair coisas boas! Se funcionar tão bem como o "caçador de sonhos" que tenho por cima da cama...
Sei que a felicidade absoluta não existe, o que existe são momentos felizes, e eu consigo ter vários momentos desses com coisas que parecem não ter grande significado (planear ir comer um gelado depois do trabalho, receber uma chamada de um amigo de quem há muito não tinha notícias, ir ao cinema com os amigos). Mas às vezes isso não me chega...

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