quarta-feira, abril 16, 2014

Permanência

Ninguém devia entrar assim na vida de alguém e não poder ficar. Quem entra na vida de alguém e a transforma de tal maneira que a pessoa já não se reconhece a si própria devia permanecer para sempre. É como se assinasse um contrato. Como se aquela vida que transformou fosse uma responsabilidade sua.
Quando alguém entra na vida de outra pessoa como se fosse um amigo de longa data mesmo que seja a primeira vez que se encontram, devia permanecer para sempre. Quando duas pessoas se sentem tão bem na presença uma da outra, quando parece que se conhecem há anos quando apenas se conhecem há dias, quando o tempo passa sem que se dê por isso sempre que estão juntas, deviam permanecer para sempre.
Tu devias permanecer para sempre na minha vida. Aliás, tu já estás na minha vida. Porque já me transformaste, porque já assinaste o contrato. A partir daquele momento (que eu nem sei bem precisar qual foi) em que entraste, em que foste entrando, devagarinho, assumiste, mesmo sem querer, a responsabilidade da minha transformação. Talvez não possas ficar, mas o facto é que já cá estás. Mesmo que um dia deixes de estar, irás sempre permanecer.

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