Retrospectivamente...

Às vezes andamos no limbo, na fronteira entre a escuridão total e o deslumbramento da luz...
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Bachelorette
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4:27 da tarde
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Agora que tenho tempo livre (demais, diga-se de passagem) podia escrever mais. De facto já tentei iniciar três textos mas depois aquilo não me soa bem e amachuco a folha de papel, que é como quem diz, apago o rascunho.
A inércia é uma chatice porque traz mais inércia, e quanto menos faço menos me apetece fazer, embora eu deteste estar sem fazer nada. Isto é um pouco contraditório mas tendo em conta que já não saio de casa há quase uma semana, não apanho ar puro nem sol nem chuva, é normal que o meu raciocínio se encontre um pouco toldado.
Neste momento o meu pé esquerdo é o centro do meu mundo, e isso é triste. Tudo o que faço (ou melhor, que não faço) é em função do meu pé: levanto-me às 9h30m para tomar o antibiótico, porquê? Por causa do pé. Alguém me vem visitar, porquê? Por causa do pé. Apetecem-me pratos de que eu já não me lembrava, porquê? Por causa da "depressão" que o meu pé me inflige por não poder sair de casa. O meu pé é o meu mundo. Felizmente espero que não seja por muito tempo, tanto que o outro pé está a ficar ciumento e sobrecarregado; tem-me doído mais do que o habitual e tem razão, afinal está privado de sair e não tem culpa nenhuma. Também a vez dele chegará, temos que ser uns para os outros, e ele lá se vai aguentando.
Como estou fechada em casa não vivencio nenhum situação que mereça algum tipo de comentário ou reparo; o contacto com o mundo faço-o através de televisão, da net e de alguns amigos que vão aparecendo ou telefonando. No entanto, apetece-me escrever. Mas sem assunto é difícil. E com sono pior ainda. Vou dormir. Talvez amanhã corra melhor.
Palavras botadas com sabedoria por
Bachelorette
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12:25 da manhã
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E pronto, lá fui à faca. Não foi o drama que eu pensava que poderia ser, foi tudo muito calmo e controlado, o bloco operatório é apenas uma sala cheia de máquinas com um candeeiro que faz lembrar as colmeias.
Não gostei da anestesia geral, deu-me uma "moca" brutal que demorou horas a passar; pelos vistos a anestesia tem uma componente analgésica da famílias dos opiáceos e por isso estive quase 7 horas sem conseguir dizer nada de jeito, a saltitar entre o estado de vigília e um sono falso e desagradável. Se é isto a "moca" de heroína eu nunca me viciarei numa coisa dessas!
Agora passo os dias a saltar da cama para o sofá, do sofá para a cama, vejo televisão o dia todo (dou graças pela TV Cabo, havia de ser bonito gramar com as "Tardes da Júlia" o mês todo...) e dou uns passeios pela casa com as minhas novas amigas canadianas, a Sheila e a Nancy. São umas queridas, fazem-me companhia e apoiam-me imenso mas são pouco faladoras e também não comem nada de jeito. Feitios...
Palavras botadas com sabedoria por
Bachelorette
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11:25 da manhã
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