Me liga, vai... ou talvez não!
Não gosto de falar ao telefone. É verdade, sou mulher e abomino falar ao telefone. Eu preciso de contacto visual; pela expressão de uma pessoa eu consigo perceber o rumo da conversa, coisa que é difícil perceber pelo telefone (embora com pessoas que já conheço muito bem consiga fazê-lo). Daí se percebe que falar com pessoas que não conheço ou que conheço não muito bem provoque em mim um certo desconforto. Se conheço a pe
Nssoa, a coisa torna-se mais fácil porque consigo visualizar a pessoa e até posicioná-la num determinado cenário, tipo sentada no sofá ou numa cadeira na sala. O tom de voz é-me familiar e por isso tenho perfeita noção se a conversa está a fluir bem ou se liguei em má hora, consigo perceber se me está a despachar porque até tem o jantar ao lume ou porque está a ver televisão e não apanha metade do conteúdo da conversa. Isso, de certo modo, deixa-me mais confortável, apesar de não existir o contacto visual. Se não conheço a pessoa, tento imaginar como ela é, construo uma imagem de quem está do outro lado da linha. O tom de voz é-me perfeitamente desconhecido mas como quando ligo para pessoas que não conheço é para tratar de alguma coisa, não me interessa se me está a despachar ou não; quero é tratar do meu assunto e pronto.
Nssoa, a coisa torna-se mais fácil porque consigo visualizar a pessoa e até posicioná-la num determinado cenário, tipo sentada no sofá ou numa cadeira na sala. O tom de voz é-me familiar e por isso tenho perfeita noção se a conversa está a fluir bem ou se liguei em má hora, consigo perceber se me está a despachar porque até tem o jantar ao lume ou porque está a ver televisão e não apanha metade do conteúdo da conversa. Isso, de certo modo, deixa-me mais confortável, apesar de não existir o contacto visual. Se não conheço a pessoa, tento imaginar como ela é, construo uma imagem de quem está do outro lado da linha. O tom de voz é-me perfeitamente desconhecido mas como quando ligo para pessoas que não conheço é para tratar de alguma coisa, não me interessa se me está a despachar ou não; quero é tratar do meu assunto e pronto.
Agora quando a pessoa do outro lado do telefone é um misto de conhecido-desconhecido, a coisa piora um pouco. Primeiro, consigo visualizar a pessoa porque a conheço mas não a consigo situar num determinado local porque, ao mesmo tempo, a desconheço. Depois, não consigo perceber na voz se está contente por estar a falar comigo ou se liguei numa péssima hora, até porque pode estar a ser educada em estar a ouvir-me quando, na realidade, queria era mandar-me passear e desligar o telefone. E depois é o nervosismo de estar a falar com uma pessoa que conheço mais ou menos mas que não vejo e, por isso, não consigo avaliar o grau de interesse na conversa. Aí vem o ataque de insegurança e o nervosismo e o trocar as palavras todas e o falar depressa depressa, antes que a pessoa se canse de me ouvir e eu não consiga dizer tudo o que quero. Isso é desgastante para mim, e por isso detesto falar ao telefone, mesmo quando me apetece ouvir a voz de alguém que está longe. Faz-se o “sacrifício”, até porque ninguém me obriga a ligar, mas quando desligo fico com a sensação que fui trapalhona, que me atropelei no meio das palavras e sinto-me uma adolescente desajeitada. Apesar das 32 primaveras já vividas, no que toca a conversas telefónicas, continuo a ser uma adolescente tímida, embora reze a história que as adolescentes gostam de falar horas e horas ao telefone.
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